Vindo da Caucaia, uma da cidades com um dos maiores índices de criminalidade da região metropolitana de Fortaleza no Ceará, os caras do Damn Youth, apesar das carinhas de pivete (sic), já são velhos conhecidos da cena. Todos já tinham bandas de todos os estilos (fora fazer/participar de outras coisas no underground) e formaram o DY com a simples desculpa de andar de skate juntos. Mas como tinham muitos riffs, muitas batidas e viradas e muitas letras na cabeça quando conversavam na pista, foi mais forte que eles e tiveram que ensaiar pra tirar esses demônios. Foi SAL (1). O calor infernal da cidade, a violência latente e crescente da realidade, juntou-se à rifferama brutal pra formar um dos melhores combos do crossover atual. Sem falar de clichês, vamos dizer que eles pegaram a técnica do Vio-lence, misturaram com a maldade do Slayer, a rapidez do Sepultura (da época boa), com as letras com forte viés anarquista e a crueza do hardcore. Com uma demo, um split e um ep (caminho que TODA banda do underground deveria fazer), acabaram de lançar o seu full chamado Breathing Insanity. A tradução resume bem o clima do que vem por aí: um disco sem descanso do começo ao fim, que você nem percebe e já tá batendo cabeça e cantando os refrões e que passa tão rápido que você já vai querer colocar de novo pra escutar, uma característica dos bons discos. Não esperaram nenhuma "grande gravadora" pra lançar nada ou para ficarem no limbo eterno do disco apenas digital. PEDO (2). Sem falso visu, sem lengalenga, sem pagar caríssimo pra produtor conhecido, sem falsa propaganda e sem babar o ovo de ninguém, nem nenhuma coisa paia, eles chegaram arregaçando qualquer discurso idiota de vitimismo falso. Eles só fizeram apenas o que eles sabem: andar de skate, fazer riff vuado, meter o pau na bateria e gritar até a goela rasgar. Vai dar certo (3). Vai não, já deu. (1) quando uma coisa é massa e dá certo (2) quando uma coisa é ruim, fuleragi ela é PEDO de LARA (3) corrente filosófica de Fortaleza