FRETE GRÁTIS
Recebi um envelope pardo com a boneca de um livro dentro. Me pediram uma resenha e aqui estou: “Doidera” de Fabio Mozine.
Eu o comparo a um bloco de anotações de um doido misturado com um caderno de adolescente. Tem 160 paginas, mas eu só descobri contando, porque não tem índice, não tem registro isbn, os créditos das coisas estão escondidos, e, não tem numeração nas paginas.
Pra quem gosta do autor, suas bandas, sua gravadora e seus personagens, é um prato cheio. Mas se você não conhece o cara, pode lhe causar repulsa (tem umas 4 paginas, incluindo a capa, com o rosto dele) além de outras coisas que causam repulsa.
No meio desta bagunça, temos 12 textos. Olha só, ou é uma realidade fantástica, mentira ou esquizofrenia: Assassinatos, Lobisomem, afogamento, trafico de drogas, pacto com o Diabo, premonições, sonhos, conversas com espíritos e ratazanas sendo mortas por crianças.
Também há relatos sobre as atividades profissionais das bandas do autor, principalmente no exterior, com vasto material fotográfico.
Ainda aos fãs dos personagens: é como se tivesse um pequeno livro do “Crackinho” e outro do “Buro” dentro desse livro, inclusive essa parte do Buro, com os melhores e mais bem feitos desenhos que já vi, o que não quer dizer muita coisa.
Vale ressaltar o trabalho de Alexandre Kool, editor do livro e um dos capatazes mais conhecidos da Läjä Records. Arrisco a dizer que 50% do sucesso ou fracasso desse livro pertence ao trabalho dele.
Vou sair pra respirar, estou confuso, mas acho que recomendo.
Eberson Coutinho - Diário de Hoje - PB